13 de abr. de 2010

Quando as sentelhas podem se tornar anjos



Ah um tempo atrás, encontrei uma criança jogada ao chão, ela parecia tímida e triste, acho que deva ter perdido sua mãe muito cedo, foi que me veio a mente naquele instante. Olhei ao redor, senti que também não tinha pai, estava só e bem vestida por sinal. Me agachei e olhei em seu olhos e percebi que seu globo ocular estava distante, como se a tivesse transportado para um mundo qualquer que fosse muito longe daqui, parecia sem vida , parecia uma maquina. Não disse nada e me levantei, olhei fixamente para aquela garota, acocada e imóvel, olhei de um angulo diferente, de uma maneira diferente, de uma percepção diferente. Nestas observações vi que estava como um espantalho em meio a um campo, que alias, esqueci de comentar, esse campo não possui gente, nem animais, apenas vultos e estalos que passam ali rapidamente, como se fossem feixes de luz. Tive pena e peguei seu corpo gelado e vazio e a levei para outro lugar.

Dei-lhe comida e um pouco de abrigo, olhei para ela, e mesmo sem saber se me ouvia eu comecei a falar algumas palavras. Falei de coisas parecidas como, levante, se anime, não se deixe abater, coisas típicas e banais para muitos, mas foram essas as palavras ditas. Clichês? Depende do momento, e de como se usa, afinal não preciso explicar isso. Ela chorou muito, dizendo que havia sido abandona por todos, que ninguém a ajudava, acabando assim também desistindo de si mesma, dizendo que meio fora de contexto, que sonhava muito em ser escritora. Ela se afogava em prantos.

Pianos tocavam estranhamente como se fizessem parte de uma trilha sonora surreal, eu realmente não entendi o porquê, mas não liguei.

Ela começou a falar desesperadamente, como se estivesse vomitando muitas coisas que se acumulavam dentro di si, após tudo isso ela parou e voltou a permanecer em silêncio.

Bem, voltamos a conversar, falei que ela deveria lutar mesmo todos sendo contra a ela, já que aquilo vinha do fundo do seu coração, ela havia dito também que sentia que podia ser muito boa, só precisava de um meio para se desenvolver, que precisava estudar mais por se achar insuficiente.

Busque seus meios, se desenvolva da forma que você pensa que pode, haja do jeito que possa lhe favorecer a desenvolver essas habilidades, mesmo que para muitos o pareça incompreensível, e quem sabe dali não saia a sentelha do seu talento, aquela que moldará você através dos tempos guiando para a sua altencidade como uma escritora, já que escrever é doar um pouco da alma, foi o que eu disse. Ela sorriu, mas ainda estava triste. Tremula, ela se locomoveu para um local que costumo chamar de "lugar nenhum", que para mim foi apenas um ato de se erguer, e se ela realmente entender o que eu quis lhe dizer, ela encontrar a verdadeira gloria, e quem sabe assim, se explorando ao máximo se torne o anjo que tanto deseja. Há, já ia esquecendo de me apresentar, me chamo a sua motivação.

Resto do Post

Um comentário:

Deinha Costa disse...

ameeeeeei de paaaixão*-*

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