15 de dez. de 2011

Por do sol


O oceano a minha frente, milhas para percorrer, mas quem tem pressa? Vou me sentar a margem dessa praia, já que o dia está caindo rapidamente nessa época do ano, faz frio mas não tem problema, eu me sinto quente. Nossa não consigo ver o fim disso tudo, apenas a linha do horizonte que é mais longe do que eu imagino. Não há ninguém aqui, só eu e as ondas, eu e o vento, eu e as areias. Fico pensando se os que estão do outro lado também devam pensar o mesmo a respeito dessa enorme distancia de água que nos separa de um continente ao outro. A vida acontece tão rápido que nem paro pra pensar, antes de me sentar aqui, como ela soa meio cinematográfica ou até mesmo estranha algumas vezes. Lembranças, o vazio, a solidão, o conforto, pensamento no futuro, ou só mesmo está ali e não querer ir embora.
Será que existiram oceanos nos próximos anos? O progresso caminha a passos galopantes, não sei se viverei até amanhã, ou até os próximos 80 anos. Meus filhos irão vivenciar isso, ou será coisa do passado?
As vidas compartilhadas nessas areias, só olhando o sol cair mais uma vez em meio o fim da linha do pedaço “plano” da terra, antigamente diziam que as pessoas morreriam se fosse de encontro com ela, isso soa engraçado hoje em dia e me faz ficar nostálgico, sinto falta do meu eu de 5 anos, quando visitou a praia pela primeira vez.É, boas lembranças.
Do romance que jurei nunca esquecer, que no fim acabou, mas não esqueci, dos amigos que estavam comigo, dos que já se foram, dos que permanecem aqui, em algum lugar desse enorme pedaço de terra. Doces lembranças, que com esses raios mornos de fim de tarde fazem meu rosto se sentir acolhido, despertando um sorriso meio que sem jeito, e um olhar desviado para algum lugar que não seja na direção do sol.
Está quase no fim, mas não queria ir, deveria existir algum botão de stop na tela da minha visão para congelar todas essas sensações, que me lembra muito clima de fim de ano, mas infelizmente, só posso congelar aquilo que já passou, e o que passou foi o sol mais uma vez se escondendo, e eu retornando ao caos que está a rotina da minha vida. Até mais, conversaremos em breve, já que sem sol, o dia não pode acontecer, e quando me faltar as forças novamente, virei e ficarei aqui, mais uma vez, em devaneios, nostalgia e o conforto do fim de tarde, junto as ondas, a areia e o sol.

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