5 de mar. de 2011

Por que você não pode me olhar nos olhos uma ultima vez?

1... 2... 2... 3... Fora de controle e além da percepção você me diz adeus. A única percepção que sobrou foi alguém chamando meu nome, que eu não sei ao certo se foi alguém. Na linha da loucura e do paraíso, uma ultima vez eu vejo seu rosto. Lagrimas são banais e evitáveis, já que o mais importante e contemplar em preto e branco, a arma engatilhando em direção ao ato, um ato aniquilador e suicida. Você poderia ter me matado quando teve a chance, quando tudo estava lindo como um cristal e frágil como um vidro. Por que você foi embora?

As sombras dos espíritos de amigos do passado me assombram, só por que todos me avisaram, que aquilo seria o precipício que eu cairia em algum momento. Cartas, emoções, delírios, precipitações, afeto... Quando tudo é emoção, o romantismo se torna algo doentio, e a melodia é a poesia mais triste. Um tiro de agonia, que poderia ser um mergulho de prazer, tudo por que você me deixou sem um ultimo adeus, sem um ultimo olhar, sem a ultima dose de pontecialidade.

Engraçado, já que tudo isso poderia ser jogado em você, mas mesmo eu sendo individualista, um lado samaritano aflora, e me odeio por isso.

Melodrama, tristeza, emoção. Tudo pela sua indiferença vil e cruel, que não me olha mais como antes, sem nenhuma arma de defesa ou resposta.

Seus olhos são profundos e intrigantes, mas a perda dessa memorável sensação parece que vai além do que posso compreender. A ultima cartada, o ultimo olhar, a ultima visão dos olhos que comeram o meu coração, a visão; tudo acabou.

2 comentários:

Unknown disse...

Ja tava sentindo Falta,Parabéns por mais esse....Como sempre mt bom.

Makeli disse...

Muito bom, Emerson! Além da riqueza da escrita, também a criatividade está sendo muito bem explorada. Beijao

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