14 de mar. de 2011

Mundo virtual, -0

Ano 2023, dia 14 de agosto, em uma hora qualquer. Plena sexta e eu aqui, preso na tela de um computador, coisa entediante e pacata. Chove muito, des que as catástrofes começaram a acontecer por esse lado do mundo; lembro-me uma vez quando tinha 20 anos que um dia tudo isso poderia acontecer, mas não poderia fazer nada a respeito, assim como a maioria das coisas da minha época, não fui um revolucionário, apenas queria ganhar meu dinheiro e viver minha vida. Muita coisa não mudou de certa forma de uns tempos pra cá, já que eu vivia esse contexto muito antes dele ser assimilado como padrão por 90% das sociedades globais.

O Brasil não é mais o mesmo, sempre disse a mim mesmo, a educação vai ruir esse pais, e foi o que aconteceu. Duas guerras civis, uma na região nordeste e uma no coração do Rio de Janeiro, o impasse econômico e a disparidade da sociedade só culminaram no que já estava para acontecer, se você tivesse a visão além da massa, no mínimo que fosse, você veria. Bem, o mar destruiu tudo que se tem noção de litoral, foi um choque pra minha mãe vê as coisas serem destruídas em questões de minutos, o que normalmente levaria tempo; o mau do brasileiro, acho eu, estaria no se acostumar e aceitar as coisas, devido a seus processos lentos e desgastantes, quando assim acontece poderia então ser muito impactante. Bem, foi ai que me mudei para cá, interior de São Paulo, próximo de uma das maiores megalópoles dos blocos econômicos.

Trabalho, é algo bem excessivo, mas com um determinado "conforto", já que as tecnologias, principalmente os gadgets, se tornaram simbiose nessa geração.

Isso é muito nostálgico e incrível ao mesmo tempo, só de pensar que tudo isso volta a mente apenas nos únicos momentos que não estou produzindo, em casa, ao lado da chuva. Eu me lembro da faculdade, quando os contextos virtuais iriam dominar praticamente tudo e novos ciclos e formas de expansão do relacionamento humano iriam acontecer e não regrediriam mais, em pensar que tudo isso começou do ponto mais inocente de todos, os jogos eletrônicos.

Querida, me desculpe por esse longo devaneio, mas eu precisava expor isso alguém. Sabe, é difícil conversar com alguém que não seja um cliente seu precisando de ajuda por problemas relacionados a uma das suas maiores paixões, a tecnologia; ainda mais quando a maioria das pessoas estão conectadas e interagindo no mundo das idéias, como diria o filosofo e minha professora na época de faculdade. Praticidade e objetividade as vezes deixa fugir detalhes, por isso eu tive que falar a respeito.

Espero te encontrar ao lado do parque , perto da Apple store Brasil, para o nosso primeiro encontro real, você deve está cansada ao receber esse email, já que do Japão para cá leva uns exaustivos 20 min. Se cuida e espero por você.

Beijos do seu amor, com carinho.

3 comentários:

Débora Sandyla disse...

Ah... não sei se precisa de comentários Emerson. Está ótimo. Sem comentários! ;D

Juliana disse...

"de tudo que acontece nada me surpreende
tudo me parece !tão normal!
um big mac...maktub...
drops de Deus...filosofia fast-food
nada pode ser maior"(Eng.Hwai)


Adorei seu devaneio de reflexão! Parabéns!
Acho de extrema importancia criticarmos sempre o nosso "modismo", afinal, ainda possuimos o que nenhuma tecnologia foi capaz de desenvolver melhor: O pensamento critico humano!

Emerson disse...

que bom que tenha gostado, desde já agradeço =]

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